terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Cruz no quadrado!!





Este é o pensamento político que temos (em Portugal) , está em todas:
 - estádios de futebol, hoje às moscas,
 - TGV,
 - novo aeroporto,
 - nova ponte,
 - auto-estradas... onde bastavam simples estradas, ou tentar manter o ainda "bom" piso de algumas delas, incluindo o piso  de milhares de vias secundárias de uso diário!
 
 A QUEM VAI SERVIR O "TGV":

 1. AOS FABRICANTES DE MATERIAL FERROVIÁRIO- porque não, em vez de comprarmos fora do país, construirmos empresas que nos permitam fabricar na integralidade o "nosso tgv". «Há trabalho, criam-se empresas, criam-se empregos!"»
Sou a favor do "TGV"... desde que seja feito em Portugal!!!!

 2. ÀS CONSTRUTORAS DE OBRAS PÚBLICAS.

 3. AOS BANCOS QUE VÃO FINANCIAR A OBRA!

 OS PORTUGUESES FICARÃO - UMA VEZ MAIS ENDIVIDADOS DURANTE DÉCADAS POR CAUSA DE MAIS UMA OBRA MEGALÓMANA ! ! !

 Experimente ir de Copenhaga a Estocolmo de comboio.

 Comprado o bilhete, dá consigo num comboio que só se diferencia dos nossos 'Alfa' por não ser tão luxuoso e ter menos serviços de apoio aos passageiros.
 A viagem, através de florestas geladas e planícies brancas a perder de vista, demorou cerca de cinco horas.
 Não fora conhecer a realidade económica e social desses países, daria comigo a pensar que os nórdicos, emblemáticos pelos superavites orçamentais, seriam mesmo uns tontos.
 Se não os conhecesse bem perguntaria onde gastam eles os abundantes recursos resultantes da substantiva criação de riqueza.
 A resposta está na excelência das suas escolas,
 na qualidade do seu Ensino Superior,
 nos seus museus e escolas de arte,
 nas creches e jardins-de-infância em cada esquina,
 nas políticas pró-activas de apoio à terceira idade.

 Percebe-se bem porque não construíram estádios de futebol desnecessários, não constroem aeroportos em cima de pântanos,  nem optam por ter comboios supersónicos que só agradam a meia dúzia de multinacionais.

 O TGV é um transporte adequado a países de dimensão continental, extensos. Onde o comboio rápido é, numa perspectiva de tempo de viagem/custo por passageiro, competitivo com o transporte aéreo.
 É por isso que, para além da já referida pressão de certos grupos que fornecem essas tecnologias, só existe TGV em França ou Espanha (com pequenas extensões a países vizinhos). 
É por razões de sensatez que não o encontramos na Noruega, na Suécia, na Holanda e em muitos outros países ricos.
 Tirar 20 ou 30 minutos ao 'Alfa' Lisboa-Porto à custa de um investimento de cerca de 7,5 mil milhões de €uros não trará qualquer benefício à economia do País.
 Para além de que, dado ser um projecto praticamente não financiado pela União Europeia, ser um presente envenenado para várias gerações de portugueses que, com mais ou menos engenharia financeira, o vão ter de
 pagar.
 Com 7,5 mil milhões de euros podem construir-se:
 1000 (mil) Escolas Básicas e Secundárias de primeiríssimo mundo, que substituam as mais de cinco mil obsoletas e subdimensionadas existentes (a 2,5 milhões de euros cada uma);
 mais 1.000 (mil) creches (a 1 milhão de euros cada uma); mais 1.000 (mil) centros de dia para os nossos idosos (a 1milhão de euros cada um).
 Ainda sobrariam cerca de 3,5 mil milhões de euros para aplicar em muitas outras carências como, por exemplo, na urgente reabilitação de toda a degradada rede viária secundária.
 Cabe ao Governo reflectir.
 Cabe à Oposição contrapor.
 Cabe-lhe a si participar.

 Se quer continuar a queixar-se da vida de luxo que poderia ter e NÃO TEM... vote de novo "nestes" que lá estão e assim os seus filhos, netos... irão continuar a pagar a dívida que você fez.

 MUDEM... PIOR QUE ISTO, COM CERTEZA QUE NÃO FICAREMOS!!!
 

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Manuel de Arriaga



Este homem foi O PORTUGUÊS!


Era oriundo de famílias aristocráticas e descendente de flamengos.
O pai deixou de lhe pagar os estudos e deserdou-o.
Trabalhou, dando lições de inglês para poder continuar o curso.
Formou-se em Direito.
Foi advogado, professor, escritor, político e deputado.
Foi também vereador da Câmara Municipal de Lisboa.
Foi reitor da Universidade de Coimbra.
Foi Procurador-Geral da República.
Passou cinquenta anos da sua vida a defender de uma sociedade mais justa.
Com 71 anos foi eleito Presidente da República.
Disse na tomada de posse: "Estou aqui para servir o país. Seria incapaz de alguma vez me servir dele..."
Recusou viver no Palácio de Belém, tendo escolhido uma modesta casa anexa a este.
Pagou a renda da residência oficial e todo mobiliário do seu bolso.
Recusou ajudas de custo, prescindiu do dinheiro para transportes, não quis secretário, nem protocolo e nem sequer Conselho de Estado.
Foi aconselhado a comprar um automóvel para as deslocações, mas fez questão de o pagar também do seu bolso.
Este SENHOR era Manuel de Arriaga e foi o primeiro Presidente da República Portuguesa.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Pés de veludo!

Batendo as asas pela noite calada... vêm em bandos,
com pés de veludo... Os Vampiros do Século XXI.
A Caixa Geral de Depósitos (CGD) está a enviar aos
seus clientes mais modestos uma circular que deveria fazer
corar de vergonha os administradores - principescamente
pagos - daquela instituição bancária.
A carta da CGD começa, como mandam as boas regras
de marketing, por reafirmar o empenho do Banco em
oferecer aos seus clientes as melhores condições de preço
qualidade em toda a gama de prestação de serviços,
incluindo no que respeita a despesas de manutenção nas
contas à ordem.
As palavras de circunstância não chegam sequer a
suscitar qualquer tipo de ilusões, dado que após novo
parágrafo sobre racionalização e eficiência da gestão de
contas, o estimado/a cliente é confrontado com a
informação de que, para continuar a usufruir da isenção da
comissão de despesas de manutenção, terá de ter em cada
trimestre um saldo médio superior a EUR1000, ter crédito
de vencimento ou ter aplicações financeiras associadas à
respectiva conta.
Ora sucede que muitas contas da CGD,designadamente
de pensionistas e reformados, são abertas por imposição
legal.
É o caso de um reformado por invalidez e quase
septuagenário, que sobrevive com uma pensão de
EUR243,45 - que para ter direito ao piedoso subsídio diário
de EUR 7,57 (sete euros e cinquenta e sete cêntimos!) foi
forçado a abrir conta na CGD por determinação expressa da
Segurança Social para receber a reforma.
Como se compreende, casos como este - e muitos são
os portugueses que vivem abaixo ou no limiar da pobreza -
não podem, de todo, preencher os requisitos impostos pela
CGD e tão pouco dar-se ao luxo de pagar despesas de
manutenção de uma conta que foram constrangidos a abrir
para acolher a sua miséria.
O mais escandaloso é que seja justamente uma
instituição bancária que ano após ano apresenta lucros
fabulosos e que aposenta os seus administradores, mesmo
quando efémeros, com «obscenas» pensões (para citar
Bagão Félix), a vir exigir a quem mal consegue sobreviver
que contribua para engordar os seus lautos proventos.
É sem dúvida uma situação ridícula e vergonhosa,
como lhe chama o nosso leitor, mas as palavras sabem a
pouco quando se trata de denunciar tamanha indignidade.
Esta é a face brutal do capitalismo selvagem que nos
servem sob a capa da democracia, em que até a esmola
paga taxa.
Sem respeito pela dignidade humana e sem qualquer
resquício de decência, com o único objectivo de acumular
mais e mais lucros, eis os administradores de sucesso.
Cidadania é demonstrar esta pouca vergonha que
nos atira para a miserabilidade social.
Este tipo de comentário não aparece nos jornais, tv's e
rádios... Porque será???